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Afrodescendente

02/02/2010

Não entendo o porquê de em alguns lugares do mundo, como no Brasil e nos Estados Unidos, ser um tabu chamar alguém de negro. Os partidários do Politicamente Correto alegam que o certo é usar expressões como afrodescendente, afrobrasileiro, afroamericano etc. Ridículo!

Para começar, leia em qualquer livro de antropologia: a espécie humana se originou na África, o que faz com que, tecnicamente, até o mais loiro dos escandinavos seja um “afrodescendente”. A afrodescendência define a própria humanidade. Não faz o menor sentido usar para classificar esse ou aquele grupo.

Poder-se-ia dizer que o termo só deve ser usado para quem tem ancestrais mais próximos (pais, avós, bisavós…). Mas isso não resolve a questão. Até que nível de ancestralidade deveríamos considerar para chamar alguém de afrodescendente?

Outro ponto a se considerar: devido à colonização européia na África, muitos africanos são brancos, loiros e de olhos azuis. Então, nesse caso, quem poderia ser mais apropriadamente chamado de afrodescendente: um branco filho de um sul-africano ou um negro cuja família é toda composta por brasileiros a pelo menos 5 gerações?

Há ainda a questão da segregação. Tudo bem, chamemos os brasileiros negros de afro-brasileiros, mas e o brancos? Por que eles não são chamados de “eurobrasileiros”? Chamar os negros de afro-brasileiros (ou afro-americanos, no caso dos EUA) e os brancos simplesmente de brasileiros (ou americanos) é tratá-los como estrangeiros em sua própria terra.

Por fim vem o ponto mais importante: desde quando negro é ofensa? Ofensa é achar que a negritude é algo a ser escondido debaixo de um manto de eufemismos estúpidos! Como diria James Brown:

“Say it loud – I’m black and I’m proud” (Diga alto – Sou negro e me orgulho disto, em uma tradução livre).

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